quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O Mundo Segundo Garp (John Irving)

O telefone toca em uma manha cinzenta às 09 horas, a primeira coisa que você imagina ouvir é um sonoro e autentico “bom dia”, ao invés disso; sente despejado em você, palavras que não fazem muito sentido. “Fala para mim que você não tem cachorro”? O teu cérebro demora cerca de 5 a 10 segundo para tentar identificar a voz em desespero do outro lado da linha. E a única coisa que te tranqüiliza a principio é o fato de realmente você não ter um cachorro. A surpresa que passara do susto a empolgação agora te faz sorrir e ansiedade toma conta de todo o teu ser. Pois acaba de ganhar um presente de natal que chegara um pouco atrasado. Entre as grades do portão havia espaço suficiente e foi essa a idéia que passou pela sua mente. O livro ali foi jogado na esperança de que nenhum canino o fizesse de brinquedo para os dentes. Ao chegar em casa lá estava sobre o piso gelado o primeiro exemplar de John Irving. A capa de fundo vermelho traz um desenho de casa, dessas americanas, que se costumam desenhar no segundo ano do primário, em letras garrafais centralizado um pouco a direita o titulo leva o nome de “O Mundo Segundo Garp”. Mas o melhor ainda estava por vir, dentro daquela capa um infinito de interpretações sob a tão intrigante vida do escritor S.T. Garp; que desde o nascimento tivera sua vida especulada pela forma tão intrigante que veio ao mundo. Assim como o próprio titulo sugere, o livro tem como personagem principal Garp, que entre os anos conta sobre o que passa e os que passam ao seu redor, e nos proporciona a rotina e os devaneios de um escritor, e neste ponto me pergunto: O que só colaboraria para magnitude da obra. Vale lembrar que “O Mundo Segundo Garp” foi considerado um dos melhores romances americanos do século XX e teve sua versão cinematográfica em que foi estrelado no papel de Garp ninguém menos que Robin Williams. Os seus personagens são encantadores cheios de vida e de uma transparência elegante que trazem a tona assuntos de extrema polêmica tais quis sexo, machismo, homossexualismo e principalmente política, seja ela no âmbito governamental e/ou institucional. O livro surpreende pelo crescimento que possui conforme evolui a trama, como se o próprio autor fosse amadurecendo conforme fosse escrevendo. O próprio Garp que a principio passa a impressão de um tremendo fracasso, vai adquirindo tanta simpática que no final é visto como um verdadeiro herói, seja como pai, filho e ate mesmo escritor, mesmo que para isso o bandido seja um simples sapo. É o tipo de livro para ser visto com um pé atrás, com um olhar clinico, ou ate mesmo uma lupa, para entender que o romance não trata apenas de um escritor que apresenta em cena as boas qualidades do seu alter ego (seja isso verdade ou não). O livro trata do medo que temos de perder nossos filhos, do medo que temos de enfrentar uma sociedade machista e do medo que temos de sermos sinceros com nós mesmo. É um livro acima de tudo bonito e poético, mesmo não contendo rimas e estrofes. É um livro muito alem do conto Grillpazer. “Nós inventamos o que amamos e o que tememos”

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